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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Homem: O Animal Ingrato

Meu texto é só de palavras e tristes pensamentos, meu texto é quase um desgosto pela vida, é uma infinda reclamação, um infinito lamento, é um sofrer sem fim. Aos poucos vou contando minha vida, aos poucos vou contando os meus dias, as madrugadas também entram neste fúnebre inventário, e digo e falo, repito a mesma cantilena da vitróla quebrada, que tudo está cinza e que há fel no paladar. Não se pode esperar muito deste blog, ele fala do que o coração está cheio, há muito carinho e amor ao meu redor, mas é como se eu estivesse dentro de uma bolha e não sentisse o sabor de todo esse amor, não sentisse o cheiro, ou talvez eu esteja mesmo louco e só prefira aquilo que faz mal, é talvez eu esteja louco mesmo.
Calma tenho que ter calma, minha situação não é tão ruim quanto eu pinto, eu sei que há situações muito mais intoleráveis, sei que tem gente em situações quase impossíveis, e que de certa forma eu estou bem apesar de tudo, reclamo a toa, basta olhar ao redor dentro desta cidade, existem situações muito mais difíceis do que a minha, na realidade eu sou um cara de muita sorte, tenho trinta anos e nunca passei fome, sempre tive tudo o que precisei na vida nunca me faltou nada, tenho uma história até interessante, tive namoradas, tenho uma filha, sempre tive alguém por mim, até pessoas que não eram da minha família compravam brigas que eram minhas, nunca estive só nos meus problemas, sempre teve uma pessoa para ajudar-me, sou  um cara razoavelmente educado, gosto de ler bons livros, sou um cara único nesse universo. 
Na realidade sou muito ingrato, essa é a verdade, esse é o meu maior defeito.

É SÓ O QUE TENHO A DIZER.

Se faz necessário olhar o mundo como mais amor, se faz necessário deixar-se embriagar de amor para viver neste mundo. O que há de errado com o mundo? Nada e muita coisa. O mundo não é uma coisa ruim nem uma coisa má, ele apenas é o mundo sem juízos de valor, ele só pode ser ruim ou mal quando observado por nossos olhos, somos nós que temos as lentes que vemos o mundo de tal e tal forma, no entanto temos que procurar as coisas que entendemos por boas independente de qualquer coisa, falo isso como se tivesse falando para vocês, mas estou falando para mim. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O carcere da emoção.

Escrever sobre qualquer coisa, sobre o homem infeliz que mora ao lado ou no centro de meu coração, praguejando contra o vazio ele está sozinho na madrugada esperando o sol raiar pois acredita que com o dia os fantasmas irão embora, acorda cedo o infeliz homem, não sabe viver e já tem trinta anos, ou melhor foi desaprendendo a viver, foi criando regras falsas, foi estreitando cada vez mais o seu mundo até quase não sobrar espaço nenhum, e de lá, de dentro de seu pequeno chiqueiro, ele geme em silencio na esperança de que um ser invisível veja a sua agonia de encarcerado, mas não ouve respostas, não escuta palavras de consolo, há apenas o silencio e a liberdade para fazer o mal o resto é disciplina.

Ele está preso dentro de si mesmo e não sabe como sair, é como se ele fosse o prisioneiro e o carcereiro ao mesmo tempo e os dois não entram em acordo, ele esqueceu o que é a dignidade humana, ele se prostitui, ele se vende para escapar a solidão, não há inimigo se não ele mesmo, e por constatar que é um elemento ruim, quando na realidade não é, mas pode ser, ele quer se punir, ele quer se destruir e é só o que aprendeu a fazer dentro de seu pequeno chiqueiro, de seu cubículo de onde observa  a vida. É como se fosse um passarinho preso dentro de uma gaiola que depois de alguns anos está tão acostumado a gaiola, que por mais que deixem a porta aberta ele não quer sair mais, e se sai acaba sempre voltando para a gaiola.
Escrever livremente, escrever sobre o que se conhece, falar de si, nunca falar dos outros, mas falar apenas de si, tentando enxergar a realidade com os olhos do que está escrito, sentido talvez não tenha, mas é uma forma de se manifestar o que já é manifesto na própria pessoa que escreve, é uma forma de dizer que se tem consciência do que se é, pelo menos em parte, pois a vista é míope, a vista é embaçada, não há verdade em quase nada do que é dito, não uma verdade que valha a pena ser dita, mas continuamos a dizer, e a afirmar o frio que sentimos do lado de cá do grande muro que nos separa da civilização. Não podemos mais confiar nem em nós mesmos, precisamos de guias, somos cegos, eu e eu mesmo, temos pernas, temos braços, temos olhos, temos uma boca que fala, temos uma cabeça que pensa que pensa, mas que só sabe de si mesmo e não sabe nada de si mesmo.

São só pensamentos

Até que ponto somos livres para pensar nesse mundo em que vivemos, até que ponto exercitamos essa atividade tão comum ao ser humano que é pensar, digo que muito pouco. Estamos constantemente imersos em toneladas de informações sugestivas que estão sempre a influenciar nosso comportamento sem que nos demos conta disso, não temos tempo para pensar no que queremos realmente, no que nos é conveniente, a maioria de nós segui o padrão de comportamento vigente na sociedade, não digo que esteja errado, talvez seja o menos nocivo, mas no entanto tenho o direito de discordar, dar minha opinião baseada no meu livre pensamento, posso dizer que é um absurdo o transito caótico que presenciamos todos os dias e que deviam parar de vender carros para não agravar o problema, mas esse meu pensamento vai de encontro ao nosso sistema de mercado que não quer saber se as ruas estão entupidas de veículos que se locomovem há uns 15km/h, consumindo mais gasolina e poluindo o ambiente com a fumaça dos canos de escapamento, sem falar na poluição sonora de motores e buzinas em ação. 
As vezes não temos tempo para pensar nessas coisas que estão tão próximas de nós e que se fosse feito alguma coisa a respeito, nos traria uma melhoria de vida. Mas não temos tempo para pensar nisso, temos que conseguir dinheiro para comprar o nosso pão e até mesmo o nosso carro, que o problema do transito seja resolvido pelas autoridades competentes que nós colocamos lá para pensar por nós. 
Quando pensamos as coisas externas conseguimos identificar rapidamente algum problema que não está de acordo com o que achamos certo, mas quando voltamos esse pensamento para nós mesmos, é ai que o bicho pega, quando começamos a fazer auto-analises e tentamos nos enxergar com os próprios olhos através do espelho da mente, é ai que muitas vezes vemos coisas que não queríamos ver, e isso pode ser perigoso, pois a mente humana não é muito justa, ou como posso dizer, verdadeira, ela pode nos pregar peças, geralmente o espelho da mente é meio distorcido pelas impressões que obtivemos de fora, impressões externas que moldam nosso modo de pensar, e quando a nossa realidade não está conforme o que a mente identifica como certo há um um conflito entre a mente e a realidade o que pode levar a pessoa a ter problemas de ordem psicológicas.
É ai que o pensamento entra, nesse caso o pensamento vai agir como um juiz que vai tentar ajustar os fatos da realidade ao que a mente acredita que é certo. O pensamento é o movimento mental para tentar adequar os pressupostos da mente a realidade percebida, tornando essa realidade assimilável.