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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Casal Liberal


Acordo pela manhã e na cama ao meu lado, vejo uma bela mulher, que não é a minha, deitada de costas para mim, sinto-me feliz por isso, levanto antes de todos vendo o sol entrar pelas janelas de vidro da nossa casa de praia que nos proporciona uma linda visão do mar, nossa casa é grande e tem vários quartos, gosto da nossa casa de praia, as crianças ficaram na casa dos avós, sou casado com uma mulher de fazer inveja a muita gente, eu gosto de usá-la nos bacanais, sinto enorme prazer em ver minha mulher me traindo, digo traindo mas sem razão nem remorso pois é tudo consentido, gosto de vê-la sentir prazer e gosto de me humilhar, de ser chamado de corno do pinto pequeno, estranho não? Gosto disso e não sei explicar porque, enquanto isso ela trepa com vários machos na minha frente, eu me masturbo freneticamente até gozar. Somos ricos e não temos religião, apenas cultivamos uma espiritualidade baseada no amor mútuo, nós nos bastamos, nunca brigamos, quando por acaso ela se irrita comigo ela pega o carro sai e volta uma semana depois, bronzeada e mais bonita do que nunca, eu aproveito esse tempo que ela passa fora para escrever algo, ler alguma coisa que me interesse, levar as crianças no parque, no shopping, gosto de ver meus filhos felizes, gosto quando chego em casa e eles correm para mim gritando papai, sinto-me realmente o homem mais rico do mundo com essas crianças.
Minha mulher é uma morena da pele bem clarinha, gosta muito de academia, mantêm o corpo sempre atraente para os seus amantes, e para mim também ora bolas, por que não haveria de ser para mim, ela me ama. Quando a conheci ela já tinha posses, era de uma família muito rica do sul do Brasil, por isso ela não podia casar comigo por interesse financeiro, pois eu tinha menos grana do que ela na época, hoje aos trinta anos ela é uma mulher curvilínea com coxas bem torneadas e um bumbum bem trabalhado, gostosa mesmo, tem uma tatuagem que pega metade de seu corpo, um dragão chinês muito bonito e em seu corpo então, quando está de biquine, chama muito a atenção. Sito-me muito bem com tudo isso, não tenho ciúmes, não sou desses que acha que a mulher que vive com ele é de sua propriedade, quero que ela seja livre, no dia em que ela quiser ir embora não terei dificuldades em partir para outra, para mim mulher é tudo igual, é só saber ensinar; no entanto tem que ser bonita e ter cérebro, só quero que ela não leve meus filhos para longe de mim. Eu dou aula de filosofia na Universidade Federal do Ceará, ainda sou jovem com meus quarenta e dois anos, não tenho vícios, faço tudo com moderação, fumo um baseadosinho aqui e acolá, e gosto de um bom vinho, mas sempre acompanhado de uma boa refeição ou de um papo legal e divertido, gosto de andar de bicicleta, pedalo uns 50Km por dia e pratico natação pela tarde, estou satisfeito com o meu corpo, meu pênis também não é tão pequeno, acredito que ela usa isso mais como força de expressão para tornar a situação mais humilhante para mim, meu pênis mede 14cm ereto e 5cm flácido, mas não sei por que me demorar nesses pormenores, o importante é que na hora da ação ele está sempre disposto a brincar seja com quem for, sou branco dos cabelos negros, lisos e curtos, dentes brancos, mas não me julgue pelos dentes como se eu fosse um cavalo, tenho três livros publicados, “Violência o avesso do amor”, “Violência o sal do amor”,” O Conceito de Violência”, são três livros que se complementam e que foram muito bem aceitos pelo publico, todo mundo gosta de um pouco de violência. Eu não sou um cara violento, nunca cheguei a brigar na minha vida, mas tenho fascinação por violência, a forma como ela chega à vida das pessoas e invade, destrói, despedaça, transgride, rompe, desnorteia, mata, aleija; a violência é uma força que vai contra alguma coisa, às vezes sem razão e sem direção, nem sempre a violência produz o mal, muitas vezes ela salva vidas, ela impede um mal, muitas vezes ela da sentido a nossas vidas, posso parecer louco, mas às vezes é a violência de um choque elétrico que trás o cardíaco de volta a vida, há milhares de pessoas no mundo que sentem prazer em serem tratadas com violência, claro que uma violência dentro de certos limites e certas regras, mas que não deixa de ser violência.
Não sei o que queria dizer quando comecei esse texto, talvez quisesse só bater um papo comigo mesmo, comecei por falar das festinhas que eu e minha mulher participamos e como isso é natural para mim, a verdade é que amo minha mulher, e outra verdade é que menti quando disse que tinha filhos, não os tenho, mas me pareceu espirituoso colocar aqui, minha esposa, esta sim é muito bonita, mas é pobre, conheci ela fazendo programa em uma boate, lhe propus casamento, disse que daria de tudo a ela e uma casa, ela aceitou, também menti quando disse que era um atleta, tenho 42 anos sim, mas com uma protuberante barriga, fumo dois maços de cigarro por dia, sou alcoólatra, e disse que fumava maconha só para parecer descolado, sou um desocupado, e é verdade que ela me trai sim com uns garotões mal encarados que ela arranja por ai, mais de uma vez ela trouxe essa gente pra cá e eles me assaltam dentro de minha casa, ela fica rindo e diz que é para mim deixar de ser besta, tenho vontade de espancá-la, mas o cafetão dela disse que se acontecer algo ao rostinho bonito dela ele abriria minha barriga em duas, tenho medo, e hoje toda vez que vou transar com ela tenho que pagar pelo sexo, já tentei transar com outras garotas de programa, mas meu pênis não levanta, ela é a única que consegue fazer levantar. Não sei o que tinha na cabeça quando resolvi casar com essa mulher, passei uma casa que tinha para o seu nome e agora ela transformou num cabaré, tem vez que ela não quer deixar eu entrar, e só depois que o macho que tá com ela sai ela permite que eu entre, mas ainda sou apaixonado por ela, ela é uma beleza e quanto mais ela me trata mal, mais apaixonado eu fico.   

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Felicidade





Não faço a menor ideia das realidades tristes que deve haver por ai, sei da minha realidade, não é uma realidade ruim, no entanto não estou muito satisfeito com ela, pobreza é sempre motivo para se viver triste, é evidente que é, mas nem todos os pobres são infelizes, pelo menos eu acho que não, assim como nem todos os ricos são felizes, acho que tem que se aprender a ser feliz, - não -, eu devo estar enganado, não é possível ser feliz, já ouvi falar em momentos felizes, entretanto deve ter alguém no mundo que é realmente feliz e que vive satisfeito apesar de tudo, e acho que isso não é uma virtude dele, mas sim uma condição biológica de seu corpo, que proporciona a ele essa felicidade plena em qualquer situação, assim como existe pessoas depressivas por causa de algum problema químico, deve ter pessoas felizes também por alguma potencialidade química em seu cérebro.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

LIVROS PARA LER





Ganhei de um amigo uma coleção de livros do Graciliano Ramos, coincidentemente eu tinha comprado há alguns dias atrás o livro Angustia do mesmo autor, agora tenho dois exemplares do mesmo livro. Dependendo do meu estado de espírito vai ser um prazer ler todos eles. Já estou lendo Os Pensamentos de Pascal, comecei a ler O Seminarista do Rubens Fonseca e agora estou lendo Angustia. Todos os três livros são bons, sei que serão bons companheiros nas minhas horas de solidão aqui dentro do meu quarto. Tenho muitos livros, pelo menos para mim são muitos, devo ter uns trezentos livros, li alguns deles, mas ainda faltam vários; uma das coisas que mais gosto de comprar são livros, por isso acho que já comprei mais livros do que os li, tenho a coleção do Graciliano Ramos para ler, tenho vários livros do Michel Foucault ainda por ler, mas já li a História da Loucura, foi uma época em que eu estava pesquisando sobre a loucura, pensava estar louco; então li também O Alienista de Machado de Assis e o Elogio da Loucura de Erasmo de Rotterdam, depois li “O que é Loucura?”, uma série de livrinhos que versava por determinado assunto, no fim das contas não fiquei sabendo mais sobre a loucura do que sabia antes; minto, essas leituras expandiram minha mente em relação ao que era loucura e o que as pessoas chamavam de normal.                                                                                                                                                                                                                                    

“Pedante”
Demorei, a saber, o significado desta palavra e me questiono: Talvez esteja sendo pedante por falar dos livros que li, mas na realidade só estou falando os títulos, nada de substancial, de conteúdo dos mesmos, ou alguma analise critica, até mesmo porque não tenho muito talento para analises criticas de obras de arte, para mim são todas obras de arte, para serem apreciadas, não sei como eles conseguem escrever livros e mais livros, enquanto eu para escrever essa página mal escrita me perco, falta assunto, e nunca consigo me deter em um tema só, escrevo por escrever, não sei se sou lido ou não, não sei nem se o que escrevo vale apena ser lido, se eu for me comparar com os livros que leio, não escreveria nada, tenho que me aceitar como o iletrado que sou e escrever como tal, sem me perguntar se estar bom ou ruim, é apenas uma maneira de exercitar minha mente.
Talvez eu esteja sendo muito duro comigo mesmo, não sou muitas vezes o que penso ser, acho que não sou pedante, nem tenho conhecimento o bastante para me jactar com elucubrações fúteis.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vazio







Por que quando chegamos aos trinta anos de idade temos a impressão de que a vida está acabando? Não sei vocês, mas a mim os trinta anos chegaram como o começo do fim, foi onde constatei de fato que tinha fracassado na vida e que daquele dia em diante tudo seria muito difícil, pois eu seria um peso a ser carregado e que nem todo mundo está disposto a carregar. Foi aos trinta anos que Roquetim do livro a Náusea concluiu que a existência é um absurdo e que não fazia o menor sentido a não ser aquele que damos a ela. Ah, não quero falar da existência de ninguém nem da minha mesmo, isso chega a ser muito cansativo para quem não tem habilidade para falar sobre tal assunto, isso pode dar náuseas.
Olho ao meu redor e vejo uma porção de objetos que deviam me servir de entretenimento, mas hoje olho para eles e não sinto a menor vontade de usá-los. Acho que o que eu queria mesmo era uma namorada, mas não tenho o menor entusiasmo de dar uma cantada em ninguém, tudo parece muito difícil, tudo parece muito distante e sem nexo, não vejo como abordar uma garota sem parecer ridículo, sem parecer inoportuno. Tenho muitas duvidas em relação a mim mesmo, quando penso em mim tenho calafrios, quando me olho no espelho não consigo me aceitar, vejo um ser humano disforme, um ser humano quase podre. Talvez eu esteja dramatizando de mais, e o que importa a minha pessoa? Há coisas mais importantes, não há muito o que fazer por mim, mas também o que é que eu queria? Voltar aos quinze anos e sofrer tudo de novo? Será que isso que eu escrevi tem importância, ou será apenas mais um exercício de digitação que faço? Na realidade estou escrevendo por escrever como sempre. Não tenho um assunto especial, nem sei escrever sobre nada de importante, é apenas uma conversa, uma conversa com ninguém, comigo mesmo, gosto de palavras, de frases, gosto de escrever apesar de não escrever bem ou coisas boas, falo de mim para aquelas pessoas que se identificam comigo, talvez o que conte aqui devia guardar só para mim, mas é que tenho necessidade de me expor, não sei o que é isso, queria conhecer alguém igual a mim, por isso me exponho ao ridículo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Cinema do Iguatemi Fortaleza




Fui ao cinema um dia desses assistir o Batman, esse ultimo que saiu agora, fui em um cinema na área nobre da cidade, fazia tempo que eu não via tanta gente bonita junta, os rapazes e as moças pareciam personagens daquela eterna novela global "Malhação", via-se que o nível social ali era outro. Quando ando nesses cantos fico um pouco intimidado, é... essa é a palavra, intimidado, foi um amigo que me deu essa palavra para usar  quando você vai há um lugar que intimida pelo seu luxo e pelo preço que se paga por estar ali, mas fiquei tranquilo, estava só como sempre, comprei meu ingresso que não foi tão caro assim, pois paguei meia, depois fui lanchar olhando todas a mulheres ao redor, todas muito bonitas, casais de namorados belos como os casais dos filmes que ali são assistidos, talvez eu esteja sendo tolo em ter reparado nesses detalhes, mas é que destoam um pouco da minha realidade, e no fim senti até um pouco de inveja por não estar com uma mulher daquelas ao lado, acho que é tolice minha pensar nessas coisas.
As vezes não me dou conta de que estou com trinta anos, ainda estou jovem, mas estou envelhecendo, muitas coisas já não me pertencem mais.... Estou muito preocupado comigo, meu castelo de cartas parece que desmoronou, desculpe mudar de assunto assim, mas é que me veio esse pensamento agora.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Considerações sobre um feriado.

Já não sei o que escrever aqui, o dia está acabando, a luz está indo embora e ainda tenho uma longa madrugada para não fazer nada, acho que vou ler, ou jogar videogame, não sei, a única coisa que sei é que não vou para lugar nenhum. Estou aqui sentado em frente a esse computador desde a hora em que acordei, já comecei um diário colocando lá tudo o que não posso colocar aqui, é assim que me distraio, é assim que vivo.
Hoje é feriado aqui em Fortaleza, não sei se é no país todo, mas pelo menos aqui é, estou com a boca amarga de tanto café que bebi, não almocei ainda, não tive vontade, na realidade eu devia era ir para o cinema, talvez saísse desse marasmo, acho que é isso o que vou fazer, até mais.

sábado, 21 de julho de 2012

SERENIDADE




Eu sei que o dia está lindo, eu sei que o sol nasceu, mas acredito que vou ter que contemplar tudo isso de dentro de uma cela, tudo que passa pela minha vida no dia de hoje, passa por janelas abertas para um mundo que eu não sei o que fazer com ele. Tudo aqui dentro desta cela está morto, e eu tenho que brincar sozinho durante todo o dia, não quero mais brincar sozinho, quero brincar com meus amigos, quero sair do castigo, mas estou nesse castigo há não sei quanto tempo. Por que falar de pássaros negros sobre o meu parapeito? Eles me observam, me vigiam, até que o tédio chegue e o desespero tente reinar sobre minha alma, mas não quero isso, por isso fico resignado com a minha prisão. Não quero ter pena de mim mesmo, sei o quanto posso suportar, sei também que não é muito, mas ainda sou um bom burro de carga, aguento muita coisa com as ferramentas certas, e assim vou vivendo ignorando os dias não vividos e gozando de meus maiores prazeres que consistem em uma xícara de café com leite, um maço de cigarros, um bom livro, um computador para fingir que sou escritor, muita música tocando direto, um pouco de pornografia durante a noite, e o principal, a companhia das minhas tias e da minha avó, minhas melhores amigas. É, olhando por esse prisma minha vida não é tão dura, tenho quase tudo o que quero, tenho até mais do que preciso, e o melhor de tudo, estou limpo. Não preciso mais usar drogas, posso fazer outras coisas no lugar disso.
Às vezes tudo o que eu queria dizer, eu consigo dizer em uma página, às vezes simplesmente eu não consigo dizer nada, e me calo. Minha pena para, meu teclado adormece, e fico estático olhando para o branco em minha frente, branco esse que pede para ser preenchido por palavras das mais diversas, das mais inverossímeis, é o papel, é a imagem do papel que está na minha frente, e nele tento imprimir aquilo que está em mim, seja isso bonito ou feio. O papel não julga o que está sendo escrito, ele está pronto para receber dos pensamentos mais elevados aos mais rasteiros e simples, ele está pronto para receber os erros de ortografia, os erros de concordância, as ideias erradas e as ideias certas, tudo isso cabe na folha de papel, o branco recebe tudo no preto, e por fim conseguimos colocar significado e ordem no que está sendo escrito. Não tenho uma história para contar, talvez não saiba contar essa história que ainda não existe, não sei nem do que se trata, não sei o tema, a minha vida não pode ser o tema, eu sei muito de mim mesmo para escrever um livro, na certa ele se tornaria um livro agourento, um livro de pesadelos, mas também de sonhos dos mais sublimes, como não poderia ser, não é assim a vida de todo mundo? Cheia de sonhos e pesadelos, cheia de começos e fins, cheia de amor e de vazios inexplicáveis. Continuo vivendo, continuo escrevendo, às vezes apenas continuo qualquer coisa, às vezes paro e não saio do lugar, mas não tenho culpa disso, tudo depende da gravidade da minha melancolia, tudo depende da gravidade da terra, tudo depende da gravidade da lua, estou intimamente ligado às forças da natureza, sou controlado por elas. Eu queria escrever um livro, um livro de algo interessante, talvez um romance, ou quem sabe um livro de filosofia. Eu não quero ser médico, não quero ser astronauta, não quero ser doutor em nada, não quero compor músicas, não quero ser cantor, não quero ser ator, não quero ser aviador, não quero ser motorista, eu só quero ser um escritor, quero ter o que escrever, quero saber escrever, quero ter paciência para escrever, quero que leiam o que escrevo, quero que gostem do que escrevo; não quero ter trabalho, quero ter talento, quero ter conhecimento, quero gostar do que eu faço, quero fazer o que eu gosto, quero andar nesses trilhos, talvez eles deem em algum lugar, não digam para ter cuidado com o trem, dele eu sei me livrar, quero ter coragem, é mais ou menos isso o que eu quero. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ansiedade





Tenho medo, de ir e de voltar
penso em me esconder,
para ninguém ver que eu estou lá
mas é impossível, eu existo,
não da para negar.

Quanto mais percebo minha existência
Mais critica fica a ausência de mim mesmo
Onde eu deveria estar!
Onde ficar?
Não há parede para me escorar
Procuro pessoas para fugir a solidão
Mas são tão raras no mundo de então

Parece-me que há todos em volta de mim
No entanto sou um fantasma que expele fumaça
Algo que transmite insegurança
Queria não ser um transmissor
De minhas ansiedades
Mas esse desespero é tão natural
Fogos de artificio em dia banal
Luzinhas coloridas
Flertes de moças
Meninas advinhas

Para mim só resta o medo
De descobrirem quem eu sou
Quando nem mesmo eu sei ao certo
Tenho apenas rastros no solo arenoso
E um desgosto de ser quem se é.


terça-feira, 17 de julho de 2012

Justificativas








Dentro da minha cabeça há uma roda
Ela gira há uma velocidade vertiginosa
como uma máquina de algodão doce
ela gera fiapos açucarados de pensamentos.

Há fogo por toda parte
por toda parte há amor
quem dera eu fosse tocha
quem dera um coração aberto em flor

Tenho os olhos congestionados de fumaça
vermelhos mesmo feito brasas
Dedos amarelos de nicotina
e uma eterna preguiça de sair do quarto

Sei, escrevo, não tem nada a ver
Mas mesmo assim vou escrevendo
Como o louco que pensa que é Bonaparte
Penso eu que sou Dostoievski ou Jack Kerouac

SOMOS UM POVO TOLO.





Ando muito desinformado, tento me manter assim, aqui e acolá tenho ciência de alguma noticia relacionada ao congresso nacional, um tal de cachoeira, bandido, contraventor, metido com deputados, homens sem escrúpulos que usam de seus cargos para fazer dinheiro com outras espécies de bandidos, tudo muito sujo, tudo muito vergonhoso. Não sei como um homem daqueles todo engravatado, com educação, alguns formados, outros nem tanto, como o Tiririca e o Romário e outras personalidades que só foram eleitas pela sua fama em outra área de atuação que não a politica, trazem para si a responsabilidade de lideres, homens que seriam os projetistas de uma nova nação mais forte e mais soberana, conseguem jogar no lixo todo um sonho de um povo em troca de enriquecerem e muitas vezes entrarem para a história como ladrões e corruptos. 
Não posso me fazer de ingenuo, o homem chega ao poder, ver todo aquele dinheiro fácil jorrando de todos os lados, coitados terem que aguentar tal tentação, eles não entendem que o dinheiro não é deles, eles não entendem que o poder não é deles, que eles estão ali para representar o poder do povo e a vontade pública. Não sei como esse nosso povo tem sido enganado tanto tempo e ninguém ainda fez nada, e a população aceita tudo como normal, enquanto a miséria aumenta. Do que adianta falar disso, todo mundo fala disso, que raio de democracia é essa, só me parece que se trata de uma fachada que esconde uma aristocracia plena de poderes, que faz o que quer e sempre se mantém no topo da piramide social.
Aqui no Brasil é assim, ninguém tem vergonha de nada, ninguém tem amor pela pátria, quase não sabemos de nossa história, quase não sabemos que há algumas centenas de anos ainda tínhamos homens trabalhando como escravos em plantações de cana de açúcar de proprietários brancos, isso não um absurdo? Pois é, mas isso ainda acontece hoje, só que nos escravizamos por um salário minimo de R$622 e a nossa senzala é a nossa casa e os capitães do mato são a famigerada polícia, que usualmente existiria para proteger o cidadão, mas como diz o Caetano Veloso "Ninguém é Cidadão" nesse Haiti, ela existe só para nos vigiar, para coibir as greves, para deixar o povo quieto e com medo, é bem assim que vejo a administração do Brasil, mas apesar disso tudo somos donos de uma cultura riquíssima, somos donos de uma terra riquíssima em belezas naturais e com as mais diversas vegetações, o Brasil é o celeiro do mundo, nós produzimos alimento que da para suprir vários países de mantimentos por muitos anos.
Bem, é isso mesmo, apesar de tudo continuo a amar esse país e não o deixaria por nada.  

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Talvez a moral tenha algum valor








Estava lendo uma manchete no site da IG sobre a vinda de Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, para a Rio+20, e ele vem com um discurso que defende os valores morais religiosos como meio de tornar o mundo melhor, ele também fala que a família deve ser fortalecida para termos uma sociedade melhor. 
Apesar de não ser um moralista religioso, no sentido de ser a favor de restringir a liberdade das pessoas de fazer o que quiserem dentro de certos limites, acho o discurso do presidente do Irã bem coerente, ele fala de grandes potências, países ricos que são minoria no mundo mas que empurram goela abaixo dos países mais pobres um estilo de vida e valores que só contribuem para aumentar a pobreza desses países, várias sociedades são estimuladas a abandonarem sua cultura, sua maneira de viver para vivenciarem a maneira de viver de um país como os Estados Unidos, que a propaganda mundial mostra como o país que tem um estilo de vida superior, que pregam uma "liberdade" que na verdade dissimula a escravidão que esse povo têm do consumo de bens materiais, nesses países de economia neo liberal tudo se torna mercadoria, os seres humanos se tornam mercadoria, todos tem o seu preço. Obvio que um trabalhador que vende seu trabalho em uma potencia econômica ganha muito melhor do que um trabalhador que é explorado em um país emergente, mas o que fica claro nisso tudo é que a liberdade que esses trabalhadores tem fica restrita a quanto eles ganham e quem não ganha nada vira escravo em pleno séc. XXI, então me digam que liberdade é essa que se eu não tiver dinheiro no bolso, eu não como, não moro, não me divirto, não tenho família, no fim das contas não sou gente.
Tenho a impressão que quando o presidente do Irã diz que é preciso uma moral religiosa que fortaleça a família, ele fala no sentido de que essa moral vigente no mundo atual, essa moral do consumo é desumana e excludente, enquanto que a moral religiosa apesar de não ser perfeita e de restringir ao homem certos comportamentos, entretanto tem como objetivo uma economia do ser humano, pelo menos essa moral não leva o homem a amar o lucro e o dinheiro, mas levá-o a amar a Deus, que no fim das contas é a quem o povo que não tem completamente nada e que se encontra na ruína procura para aliviar suas dores, e é isso o que faz elas viverem muitas vezes.
Por mais restritiva que seja a moral religiosa, ela é ainda aquela que se volta para o mais pobre e miserável e diz que ele tem valor, que ele é amado por um Deus que ama os humildes, os pobres de espirito, isso deve ser de um conforto sem comparação, melhor do que as drogas, que ao mesmo tempo que te conforta rouba tua capacidade de ser alegre.
Como já disse não sou um moralista, e também sou um consumista compulsivo, compro coisas caras que no fim das contas nem uso,  e que daria para alimentar uma família por um mês com o dinheiro, e não quero dar lição de moral a ninguém, não poderia, queria apenas dizer que o presidente do Irã não está de todo errado.

terça-feira, 19 de junho de 2012

JACKSON DO PANDEIRO



Certa feita estava na rodoviária de Brejo Santo esperando o ônibus para Fortaleza e na bolsa trazia um CD do Jackson do Pandeio, enquanto esperava, pedi um cerveja em uma lanchonete da rodoviária e notei que tinha um toca CD na mesma. De pronto pedi para o senhor que estava me atendendo que colocasse o CD que trazia comigo, prontamente ele colocou o CD e fiquei agradavelmente bebendo minha cerveja e ouvindo o Jackson do Pandeiro, eu tinha uns dezesseis anos e tinha ouvido falar de Jackson do Padeiro através de Chico Science que disse que Jackson era uma de suas influencias musicais. O legal de tudo isso é que tinha um cidadão que estava sentado à meu lado na lanchonete e que depois de uma ou duas musicas vira-se para mim e diz o quanto estava gostando da musica e perguntou de quem era a musica, eu disse "Jackson do Pandeiro camarada, não conhecias???" cheio de moral por estar apresentando aquele cara que era mais velho do que eu o som de Jackson do Pandeiro.
Realmente Jackson estava um pouco esquecido, pelo meno do público mais leigo, mas o que me chama a atenção é que a qualidade da musica é tamanha que me parece agradar logo de cara a um ouvido mais atento, e que não tenha preconceitos com musicas antigas, que a meu ver são as melhores. Ainda hoje, depois de quase quinze anos ainda ouço Jackson do Pandeiro com a mesma empolgação de quando tinha dezesseis anos.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A infinita High Way


Somos luz de uma fonte infinita.





Não tenha medo, eu estou aqui, desde sempre estive aqui ao seu lado, mesmo quando caías ou se desesperavas nas doenças da alma. Continuo a repetir para você, não tenha medo, eu estou aqui a seu lado, você não pode me ver, mas eu o vejo desde sempre, desde quando você era uma pequena luz no amago do meu coração indeterminado, você sempre esteve lá, você sempre esteve aqui, e você sempre estará em algum lugar, mas não se esqueça, onde você estiver eu estarei contigo, não para te controlar, mas para te proteger, pois para nós não existe morte, existem várias vidas as quais estaremos sempre nascendo e renascendo.  

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A ADICÇÃO NÃO TEM CURA, MAS TEM TRATAMENTO.






Pelo que me lembro, naquele dia saí de casa meio preocupado comigo mesmo pela falta de controle que eu tinha em relação ao álcool, quando eu começava a beber não sabia mais parar e nunca sabia no que ia dar, estava comentando isso com um amigo meu dizendo que pior não podia ficar, mal sabia eu que sempre pode ficar pior, estava claro já naquela época que eu tinha problema com drogas, nesse mesmo dia em que conversava com meu amigo, passou por nós um caminhão e nesse caminhão estava outro amigo que vinha com as tralhas de sua barraca de bebidas que ele montava na vaquejada, e chamou-me para auxiliar-lhe na descida das coisas do caminhão dizendo que pagava um litro de cachaça depois do serviço. Apesar de estar no estado em que estava, que podia se dizer que era de ressaca moral e já comentando que minha vida não estava muito boa por causa do álcool, mesmo assim aceitei a proposta, coloquei a bicicleta em cima da carroceria do caminhão e fui ajudar meu amigo a descer suas coisas, depois fomos beber a cachaça.
Lembro-me muito bem que comecei a beber comportadamente, e que ia tudo normal até a chegada à mesa de uma pessoa que eu não sabia e não sei até hoje quem era, ele apostou comigo quem de nós bebia mais cachaça, aceitei a aposta, quem ganhasse pagava um litro de cana para o outro, tudo começou ai, depois que bebi todo o litro em questão de minutos, sai do ar, ficou apenas o monstro do Daniel acordado, eram umas sete horas da noite pelo que me lembro, havia muitas pessoas na rua ainda, mas sem se importar com isso comecei a urinar na frente das pessoas no meio da rua, depois briguei com um mau elemento que estava no bar, mas naquela hora o sujeito mais "mau elemento" que tinha nas redondezas era eu mesmo, o meu amigo que me convidara para beber com ele já não sabia o que fazer, pensaram em chamar a policia, depois pensaram em me amarrar, jogar em cima de uma carroça e me levar para casa nessas condições, por fim decidiram chamar meu pai. Não me lembro de nada do que aconteceu, o que narro para vocês é o que me contaram depois de algum tempo. Meu pai chegou, desceu do carro e vendo meu estado demoníaco foi logo me dando uns murros, coisa que dificilmente ele faria se eu estivesse sóbrio. Segurei meu pai pelas bitacas e nós dois caímos no chão, apartaram a briga, e depois meu amigos e mais uns conhecidos ajudaram meu pai a me colocarem dentro do carro e me levaram para o hospital, segundo me contam cheguei lá ainda falando, mas não me lembro de nada.
No outro dia acordo no hospital totalmente ignorante do que havia acontecido na noite anterior, lembro que meu pai chegou lá cinco horas da manhã, a hora em que acordei, me ajudou a levantar, pois ainda me sentia bêbado, e me levou até em casa, lá chegando ao entrar no meu quarto, vejo uma bolsa com minhas roupas dentro, meu pai decidira que não era mais possível eu continuar morando com ele no Brejo Santo naquelas condições, então no mesmo dia viajou comigo para fortaleza, só deu tempo de pegar a bolsa e pegamos a estrada, no caminho eu ia lhe perguntando o que havia acontecido, dizendo que estava com os queixos doendo, ele não queria falar no assunto, disse apenas que era melhor eu ir para fortaleza, pois no brejo a exposição era muito grande, eu estava de acordo com ele, não podia prometer que aquilo não se repetiria novamente, pois sabia que mais cedo ou mais tarde eu voltaria a beber e com certeza ia chegar o dia em que a cena iria se repetir.
Realmente eu não sabia mais o que fazer, eu sofria muito quando estava de cara, eu precisava estar bebendo constantemente para sentir um pouco de alegria e nem sempre conseguia a alegria desejada, fumava maconha todos os dias, fumava tanto que fumar já não dava tanto prazer como dava no começo, eu era totalmente antissocial, não sabia mais conversar e tinha medo das pessoas. Certa vez minha irmã me chamou para ir a um restaurante bastante conhecido em fortaleza, e fazia tanto tempo que eu não frequentava um lugar tão sofisticado que comecei a me sentir mal, eu estava acostumado a favelas e a terrenos baldios na beira da lagoa, meus programas era virar a noite em uma calçada tomando cachaça e fumando um baseado, e nesse dia todos na mesa estavam conversando e eu não conseguia conversar com ninguém, acho que eu tinha uns catorze anos ou dezesseis, não lembro ao certo, então um amigo da minha irmã começou em tom de brincadeira a dizer que eu estava falando muito, tirando onda com a minha cara, não consegui nem responder, minha irmã teve que responder por mim dizendo “Ele é introspectivo...”, dei graças a Deus quando aquela tortura acabou, para mim era tortura tudo o que remetesse a coisas saudáveis, não conseguia sair com minha família, tinha perdido todo o contato com o mundo chamado careta, e me afogava em desespero e auto-isolamento, eu era assim no colégio, em lugares ditos sociais, como ônibus e shoppings, e em festas familiares, não tinha mais namoradas, havia desaprendido a chegar junto das meninas, de repente me via em uma gélida solidão que doía no peito, a depressão tomava conta de mim e de tempos em tempos eu enlouquecia e fazia alguma besteira, como brigas e vandalismo.  

domingo, 20 de maio de 2012

Fui moído, triturado e colocado dentro de um liquidificador e agora estou aqui escrevendo, é sempre assim toda semana, esse mesmo expediente, morrer e renascer; agora pesou, morte não é palavra para se falar assim a toa, e renascer sempre é uma palavra mas benfazeja, que agrada mais a consciência. Nesse exato momento ouço Chico Buarque, não vou dizer que ele é o meu músico predileto, sei que é renomado e reconheço sua magnifica capacidade de jogar com as palavras e usar a língua, mas conheço outros nomes da MPB que me fazem muitas vezes viajar em suas letras, como Geraldo Azevedo, Zé Ramalho. Em minha adolescência escutei muito Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, acho que por isso eu era tão romântico, eh... eu era muito romântico, as vezes sofria por amor, mas o que é que eu estou dizendo, até hoje sofro por amor, mas não pelas mesmas pessoas, tempo bom a adolescência, é o tempo que agente tem para errar, para enlouquecer, e eu enlouqueci tanto que estou louco até hoje.
Quando tento sair da esfera do meu eu, canso-me só de tentar olhar ao redor, não consigo descrever as margens da minha existência, egocentrismo puro? me pergunto. Talvez não, pode ser que seja apenas os movimentos de uma visão limitada, que não consegue alcançar ao longe e nem sequer o perto, talvez seja uma questão de abordagem, a comunicação com o real existente ao seu redor é imediata não dá tempo para julgar o que se está percebendo, obtém-se sucesso muitas vezes por vias neutras e isoladas onde apenas uma voz pode quebrar o gelo e tornar tudo mais agradável, mas nem sempre é assim, é preciso uma válvula de escape para se poder viver ou sobreviver a essa realidade, por isso gosto mais de olhar para dentro de mim, tentando resolver meus próprios problemas o que não maioria das vezes não dá certo, não consigo falar dessa xícara que esta na minha frente, não consigo falar dos meus amigos nem tenho interesse em falar deles.

quarta-feira, 25 de abril de 2012



Hoje acordei bem, fiz umas leituras ontem e acho que contribuíram para o meu bem estar geral, escrevi um texto horrível ontem para minha psicóloga e que saiu de péssimo tom, não estou gostando dessa interface nova das postagens do blog, gosto mais da antiga, achava mais funcional. 
Estou em um curso de técnico em informática, mas estou achando o curso meio fraco, não sei se vou sair sabendo alguma coisa de lá, já fiquei reprovado em uma matéria, e tenho que fazer a recuperação agora de 27/04/2012, sei que vocês não tem nada a ver com isso, mas é que deu vontade de escrever.
Eu tento escrever coisas interessantes, mas não consigo, sempre escrevo besteiras, um dia eu vi em um blog uma menina dizendo que gosta de tudo o que ela escreve, eu pelo contrario, não gosto da maioria das coisas que escrevo, acho tudo muito simplório, sem atrativos, no entanto continuo a escrever, pois não sei pintar, não sei tocar nenhum instrumento musical, minhas fotografias também não tem nada de extraordinario, na realidade não tenho talento nenhum, acho que não há nada que eu faça muito bem, sou um estudante medíocre, leio livros que não entendo, mas ontem na Bíblia li uma coisa que me chamou a atenção, é uma pergunta que Jesus faz para nós, a pergunta é: " O que nós buscamos na vida ?", a resposta a essa pergunta pode definir a vida de um homem. 

domingo, 22 de abril de 2012


Já faz algum tempo que venho perdendo o interesse nas coisas que eu gostava de fazer, como assistir filmes, ler livros e jogar videogame, na realidade esse ultimo item foi uma atividade que só vim começar a praticar de uns dois anos para cá, finalizei alguns jogos, mas há outros jogos que já estão se tornando chatos de tão grandes que são ou por causa de uma peculiaridade ou outra. O que me interessa mais é escrever, no entanto nunca tenho um tema sobre o qual me debruçar, e quando tento pensar em uma história me vem logo uma preguiça que não sei explicar, ou melhor, sei explicar sim, pois para se criar uma história é preciso pensar em várias coisas, como por exemplo que tipo de história vou narrar, como vou começar essa história, como vou criar a situação, isso tudo exige um grande esforço mental, pelo menos para mim, que, admito, não sou tão criativo assim, como vocês podem perceber pelas fotografias que faço, sempre do mesmo lugar.
Eu já escrevi alguns contos eróticos, mas motivado só Deus sabe porque, por fantasias da minha mente que colocava para fora no papel, essas histórias já estavam quase que feitas na minha cabeça, e eu sentia desejo em conta-las, não para os outros, mas para mim mesmo, era uma história feita para mim, que por coincidência outras pessoas gostaram. Agora procuro alguma coisa que queira contar para mim mesmo, alguma coisa que desperte meu desejo de criar, mas que não seja uma criação pornográfica, mas algo mais sutil, mais sublime, ou até grotesco mas que não seja apelativo. 

sábado, 21 de abril de 2012

Não sei como consigo viver com a minha mente? Quer dizer, não vivo.





Neste momento sou vitima de um sentimento que não sei explicar, é uma coisa doentia parecida com ciúme, mas como posso ter ciúmes de uma pessoa que ainda nem conheço? Não sei, só sei que sou vitima desde sentimento. Será medo? Com certeza, sim, um medo irracional, onde não há nada me ameaçando, pelo menos a razão diz que não há, e se eu estiver sendo ameaçado de fato? Não uma ameaça física, mas sim uma ameaça psicológica? Mas não é uma ameaça, é só um encontro, mas a minha mente entende como uma ameaça, pois em um encontro desses muitas coisas estão em jogo, mas na realidade nada está em jogo, tudo são quimeras do meu subconsciente.

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Mais um nascer do sol, gosto muito de acordar nessa hora, a alvorada me traz alegria, é como se estivéssemos no começo de uma coisa muito boa, me dá a sensação de ter todo o tempo do mundo para fazer o que eu quiser. 

segunda-feira, 16 de abril de 2012


Hoje estou me sentindo bem, não sei se por causa dos remédios ou por causa da terapia, acho que por causa dos dois, e um pouco da minha boa vontade. É muito ruim você ter um blog e por mais que você escreva nele nunca se tem uma resposta adequada, acho que também por causa da natureza do blog que parece mais um diário, não tem muitas informações úteis, e também não posso mostrar esse blog para as pessoas que conheço, por algum motivo que desconfio qual seja, porque às vezes escrevo coisas muito pessoais, não consigo ser impessoal nesse blog.

CHUVAS EM DEMASIA



Mais um dia chuvoso começa na cidade de Fortaleza, eis um dia em que se pode acordar e dar graças aos céus pela aguá que cai, esse ano no Ceará choveu muito pouco e já há casos de municípios reclamando dos males da seca. O ideal era que chovesse mais no interior, pois aqui na capital muitas vezes causa alguns transtornos, como engarrafamentos, acidentes de moto e carro e alguns alagamentos de ruas, isso sem contar com o mosquito da dengue que prolifera nessas épocas de chuva.
Eu particularmente gosto muito de chuva, posto que passamos a maior parte do ano em um calor de matar, o sol inclemente em nossas cabeças nos acompanha no dia a dia, e essa é uma característica de nossa cidade, também conhecida como cidade do sol, aqui é verão o ano inteiro, mas quando as chuvas caem, são tão torrenciais, que parece que o céu estar a desmoronar sobre nossas cabeças. Euclides da cunha já chamara a atenção para essa peculiaridade do sertão que passa muitos meses na estiagem sem um pingo d'água e de uma hora para outra começa o período da chuva que vem com tamanha intensidade que o agricultor sofre tanto com o sol em demasia como com as chuvas torrenciais.


Súplica Cearense

Luíz Gonzaga

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará


segunda-feira, 9 de abril de 2012



Hoje já falei besteira de mais, estou cansado, devo ter desrespeitado um amigo quando na realidade eu queria fazer uma brincadeira, mas não se brinca com coisa séria. Não paro um segundo de fumar e beber café, acho que tenho algum problema, estou revoltado com alguma coisa, não sei o que ao certo, mas nos últimos três dias não tenho me alimentado direito, para falar a verdade faz uns dois meses que não me alimento direito, não almoço, substituo por café e coca-cola. Não sei se deveria estar escrevendo sobre isto aqui, em um blog, mas é só o que sei escrever, e escolhi um blog pois se estivesse escrevendo apenas em um editor de texto seria como falar com as paredes, coisa que eu não faço, mas talvez dê no mesmo. Acho que vou ficar por aqui, não tenho muita coisa para dizer.

OLHA QUE MOÇA BONITA NA FOTO (delirios)



Estou começando a pegar nojo da igreja católica e de seus sacerdotes hipócritas que se dizem detentores da verdade, também não vou muito com a cara dos evangélicos, eles são muito parecidos uns com os outros e desconfio de gente que pensa sempre estar com a razão, gente que não compreende as outras e querem por que querem que os outros aceitem a verdade deles. Talvez eles tenham até boa intenção mas é que as vezes o discurso deles não é muito tragável, não condiz com a realidade. Acho que só em profundo desespero um ser humano aceita o discurso religioso, você tem que estar muito mal mesmo para aderir a uma religião. O que eu mais detesto é quando agente está com um problema e vem um cristão e diz: "Procure a Deus, só Deus irá resolver o teu problema" é nesses momentos em que me desespero mais, porque por mais que eu procure por Deus, nunca vou encontrá-lo, como vou encontrar uma coisa que não tem endereço, como vou encontrar uma coisa que não aparece, ninguém nunca viu a Deus, dizem só senti-lo, mas só Deus sabe o que é que eles sentem quando dizem que estão sentindo Deus, e só Deus sabe de onde vem as revelações que os homens dizem que vem de Deus, só Deus sabe que tipo de homem pode ter uma revelação e com que intenção ele diz essa revelação, que no fim das contas pode ser apenas uma alucinação ou uma opinião particular.
Não estou dizendo aqui que por ser contra certos conceitos da religião cristã, eu também seja a favor da total falta de fé em um Deus, eu acredito em Deus na maioria das vezes, pois senão esse mundo se tornaria absurdo, acho que há um sentido ultimo em tudo o que existe, não acho que tudo aconteceu por acaso, seria absurdo pensar em tantas coincidencias simultâneas acontecendo por acaso, e é pensando assim que acho que não estamos sós nesse universo, e que o discurso cristão faz sentido.
O amor ao próximo, amar as pessoas, isso é o que há de mais evoluído em toda a história da humanidade, e Jesus disse Ame ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas, isso me faz lembrar que eu também tenho que me amar e amar a Deus mas do que a mim mesmo, amar à Deus é amar o amor. É bom amar a Deus, não há o que contestar, mas nem por isso vou  ter que ficar indo para a igreja de seja lá quem for, vou amar a Deus no silencio do meu quarto de noite na hora de dormir, é quando posso entrar em contato com ele. 

domingo, 8 de abril de 2012

REALIDADE


Viver no mundo sem saber de muita coisa, é o que a grande maioria das pessoas fazem, e é o que eu faço no momento, não entendo a semana santa, sou um poço de desinformação, não entendo a política deste país, não entendo as pessoas, não entendo as regras do português, não entendo porque estou desempregado, tenho um segundo grau terminado nas “coxas”, já entrei duas vezes na universidade, mas não conclui nenhum curso, não me senti obrigado nem persuadido a seguir naqueles cursos, talvez fossem coisas que eu não gostasse de fazer, mas do que é que eu gosto? Sou um poço de desinformação, essa vida depois de um tempo passou a ser um enigma para mim, no começo da vida eu até que conseguia me articular bem em meio à realidade do mundo, nada parecia absurdo, tudo parecia extraordinário, eu estava completamente inserido em um ambiente que não me era estranho, agora, entretanto, vivo meio que desconectado do mundo, eu não funciono mais como um animal social que era, não consigo aceitar essa cultura, as pessoas, essa realidade... Não sei, o que dizer dela? Não consigo passar sem uma ficção, sem uma mascara que me proteja a face, tenho vergonha de mim mesmo e não sei o porquê. Bem isso está se tornando uma confissão, mas é isso mesmo, eu só posso falar de mim, quantos que estão por ai que pensam como eu? Alguns talvez.
Na verdade eu queria falar da realidade, mas ainda não a senti, nunca tive que lavar um banheiro para conseguir o meu próprio sustento, isso eu chamo de realidade. Essa em que vivo, aqui trancado no meu quarto com café à vontade, comida, roupa lavada e cigarros, também é uma realidade e às vezes é dura, apesar de não parecer, no fim das contas só posso falar da minha realidade. Creio que a realidade é só um nome para o conjunto de experiências vivenciadas por cada sujeito, cada sujeito tem sua realidade, não se pode dizer que a realidade do cara que limpa privadas seja pior do que a do endinheirado que sofre de depressão e não consegue ser feliz, às vezes o limpador de privadas depois que termina seu serviço, se encontra com seus amigos, também trabalhadores assalariados e tomam uma cachaça sentindo-se alegres o suficiente para cantar e dizer que a vida vale apena ser vivida, e muitas vezes ele tem uma ou duas namoradas que o torna o homem mais rico do mundo. Essa é só uma realidade. Há varias outras realidades, cada um com a sua, e para alguns a realidade se torna árida, seja ele rico ou pobre, ambos podem ser infelizes e não gostar da vida. Mas essa questão de ter dinheiro ou não, nunca é a principal coisa que determina se uma realidade é boa ou não.  



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Enchendo Linguiça

Hoje a tarde está quente, o sol já começa a se por na cidade de fortaleza, como sempre as pessoas estão excitadas apesar de ser uma sexta feira santa, todos ou quase todos se embebedam com o vinho que é vendido nas mercearias, adolescentes curtem a vida como se não houvesse amanhã, e na realidade não há, pois o amanhã é apenas o medo que nos consome a alma, que já anda pesada e cansada dessa sequencia de dias que parece não ter fim. Eu permaneço aqui do meu quarto imaginando tudo isso e não faço ideia como pode ser divertido viver, ou talvez a maioria das pessoas esteja sofrendo como é de praxe, a vida se torna insossa e sem graça.
Preciso mudar o rumo dessa história, não posso deixá-la cair no pessimismo habitual de quem está escrevendo, é preciso escrever algo de positivo, de objetivo, alguma coisa com começo meio e fim, é assim que se deve escrever, com objetivos, deve-se escrever para prender a atenção do leitor, pois o objetivo de quem escreve é ser lido, ser apreciado, ter seu texto julgado por uma mesa de letrados que vão observar cada erro de ortografia, cada erro de concordância, ou a própria falta de sentido do texto. Mas no momento não estou ligando para isso, no momento não estou ligando para nada, ou estou, não sei, o fato é que Franz Kafka escreveu muito durante a sua vida e pediu para queimar a sua obra quando estava prestes a morrer, ele não publicou nada em vida, vou escrever como se ninguém fosse ler, assim escrevo melhor, assim deve ter pensado ele.
O sol já se pôs, já são 18:00h, as pessoas começam a se preparar para sair de casa. Era tão bom quando não tinha tempo para escrever, era tão bom quando passava o dia na rua brincando, me divertindo, hoje eu fico mofando aqui dentro e não tenho vontade de sair, acho que vou tomar um banho e vou ficar dentro de casa e nada vai mudar, a morte não virá me visitar, a morte, ser tenebroso que dá fim a tudo que é vivo, quando virá me buscar e me livrar dessa existência, onde me tornei o mais fraco dos homens, ou pelo menos o mais exagerado, que remédio tomar contra a infelicidade e o que fazer do homem infeliz, aquele que em qualquer circunstancia está infeliz, o homem que pragueja, que murmura, que não sabe viver com os outros e nem consigo mesmo.
Tudo isso são só palavras que eu tiro da minha cabeça, sei que não sou muito criativo e também no momento não me interessa criar uma história com começo, meio e fim, não consigo fazer nada de belo e nem me expressar direito eu consigo, tirei uma nota medíocre em redação no ultimo Enem, não consegui passar em uma seleção para técnico em eletrotécnica e o teste era uma redação, eu sempre pensei que sabia escrever, mas na realidade não sei, só sei encher linguiça, é isso o que estou fazendo agora.

PORNOGRAFIA



Desde os primórdios da humanidade que o sexo vem sendo retratado em pinturas rupestres, em obras de arte como essa que vemos acima, em quadros, em paredes, esculturas. Isso mostra que a pornografia não é coisa de agora, dos tempos modernos, mas que ela esta inserida na sociedade desde os tempos mais remotos e em varias civilizações diferentes como a egipicia e a indu, sem falar na greco-romana. Antes mesmo de inventarem a fotografia e o cinema, a pornografia já era veiculada através de revistas e livros como os do Marquês de Sade e fazia muito sucesso no meio popular. Muitos escritores anônimos se dedicaram e esse tipo de literatura, como o autor de Tereza filosofa e muitos outros da época dos libertinos da Europa, e pode-se dizer que era pornografia de primeira qualidade, feita por pessoas que sabiam muito bem o que o proibido, os tabus, o decoro social poderiam causar no publico casos esses elementos fossem quebrados ou transgredidos, pois é mais ou menos por ai em que se baseia a arte erótica ou a boa pornografia, na transgressão de valores estabelecidos pela sociedade, é um ataque direto a inocência, onde tudo o que é puro e sem mácula passa através de um ato criminoso a ser corrompido, é a própria virtude colocada em jogo, e quanto mais virtuoso ou puro os elementos envolvidos na boa pornografia ou na arte erótica, mais atroz parecerá o ato sexual o que não quer dizer que seja um ato repulsivo em si, mas só relativamente, pois há publico para esse material. 
 Marquês de Sade sabia fazer isso muito bem, era uma literatura marginal, admito, mas era muito bem feita, uma verdadeira obra de arte que convencia os leitores tanto pela descrição da natureza humana em seu lado mais perverso como pela filosofia contestadora da idéia de Deus e da liberdade do homem. Hoje quanto mais artificial é o filme ou o livro pior ele é, ele não convence, os japoneses se aperceberam disso e desde o Império dos Sentidos sua pornografia é sempre mesclada com um que de realidade, como videos amadores, ou então ficção, mas baseada em roteiros bem feitos e interpretação impecavel de suas atrizes, que não deixam transparecer de forma alguma de que se trata de um filme porno, as mulheres são bonitas e bem feitas mas não tem o biotipo das atrizes porno convencionais, com grandes seios e uma grande bunda, parecem mulheres do cotidiano.



"Oh! Sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
Por que seremos mais castos
Que o nosso avô português?"


Versos de Carlos Drummond de Andrade

sábado, 31 de março de 2012

GRADES SOBRE TRILHOS

Esse é um momento que ficou no passado, a câmera que usei para bater esta foto ainda não era digital. Nesse dia ia para um lugar legal, com uma pessoa especial, pelo menos era especial para mim, pelo menos eu acho que era, com certeza ela era, mas não sei se dei o devido valor a essa pessoa, no fim das contas ninguém tem culpa a não ser a vida que deu inicio a isso tudo. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

O VENTILADOR



Não consigo escrever nada interessante, mas como já disse aqui continuo escrevendo, bom ou ruim continuo escrevendo, não tenho talento, não tenho muita inteligência, mas não tenho também muitas opções, dificilmente escreverei alguma coisa de valor, por isso vou escrevendo palavras que nada valem, só para me distrair, só para fazer algo que se pareça com o que eu vejo nos livros, mas o que vejo nos livros é algo muito superior. Essa foto do ventilador é legitima, é a foto do meu ventilador, sei que também não vale nada, mas é de autoria minha, dizem que para ser arte tem que ser belo, mas também dizem que a beleza está nos olhos de quem vê. Por isso vou tentando fazer do jeito que eu sei fazer sem me importar com os resultados.

O DUPLO


O Duplo, a outra parte de mim mesmo, aquela parte que eu não quero ver, mas que existe e persiste e corrói a minha consciência como se fosse um verme da mente. Ele muitas vezes está contra mim, é a minha contraparte, é através dele que eu saio muitas vezes do meu tédio e me arrisco em aventuras fora do cotidiano, mas quando caio na real, vejo que estou ficando louco, ou pior, não dá pra ver quando se está ficando louco, tudo parece real, todas aquelas ilusões e alucinações que povoam a minha mente.
Dentro de minha insignificância o meu duplo é o grande astro do momento, ele é bonito, forte, ele é um sucesso. 

sexta-feira, 23 de março de 2012



Bem esse é meu quarto, o lugar onde me escondo de noite, é ai que leio meus livros, que escuto minhas músicas, que entro na internet e escrevo nesse blog, é ai onde recebo meus amigos, é ai onde tenho minhas crises existenciais ou melhor meus "probrema nos neuvo", acho que ultimamente só tenho tirado fotos do meu quarto, da bagunça do meu quarto, essa bagunça reflete um pouco a minha vida, e acho que estou tentando botar ordem na minha vida.
As vezes faço uns vídeos nos quais eu fico falando com a câmera sobre coisas da minha vida, estou sempre me colocando no centro de tudo. Eu não deveria estar falando de mim, mas é que as vezes não consigo resistir, sou meio doente.
Sabe Deus de onde estou tirando forças para viver um dia de cada vez, mas continuo mantendo a cabeça erguida apesar de tudo, dando um paço atrás do outro vou seguindo em frente tentando não me preocupar com o que há por vir.




quarta-feira, 21 de março de 2012

Ler é muito bom principalmente se for Dostoiévsky.



Estou em casa e não tenho vontade de sair, o mundo lá fora parece-me sem atrativos, não há espaço para mim lá fora. Aqui dentro de meu quarto tenho acesso a quase tudo o que preciso, sou um solitário circunstancial, me apego a esse computador como se fosse minha porta de entrada para o mundo, o mundo que não tenho acesso na realidade, pois a realidade sempre me parece plastificada, como se estivesse envolvida naqueles plásticos que envolvem alimentos e não tenho forças ou vontade de rasgar esse plastico. Estou lendo um livro chamado O Duplo do Dostoiévsky, sou fá desse autor, ele consegue nos envolver com os problemas e dissabores dos personagens e faz uma critica cruel a chamada alta sociedade, a sociedade dos homens de ação, aqueles homens que estão por cima da carne seca e que olham os outros que não fazem parte de sua classe com desprezo e desdém, olham a miséria do povo como se não tivessem nada a ver com isso, e se enclausuram em seus castelos de cristal para experimentar só o que é belo e sublime.
Acho que Dostoiévsky voltou seu olhar para essas pessoas que são proscritas da sociedade e que tentam com toda a dignidade ou não manter-se vivos em um mundo hostil, em que são submetidos a todo tipo de provas e intempéries que levam o homem a muitas vezes não suportar toda a tensão psicológica que cai sobre si.
Não sei se estou fazendo um retrato direito de Dostoiévsky e sua literatura, mas o que pude entender é que ele mostra o homem em vários aspectos psicológicos, o que quero dizer com isso? Que ele faz um retrato de determinado tipo de pessoa e coloca nesse retrato alguma peculiaridade, algum vicio, alguma doença, alguma fraqueza, e descreve os comportamentos dos personagens em seus mínimos detalhes, todos os pensamentos ignóbeis, suas atitudes ignóbeis, ou suas atitudes virtuosas e dignas de louvor mas que não são compreendidas pelas pessoas ao redor. Ele escreve muito bem, pelo menos Paulo Bezerra e os tradutores da editora 34 escrevem muito bem, não tenho como comparar com o original, mas a essência fica toda preservada nas traduções.
Mas o que é que estou fazendo comecei falar de mim, coisa que não fazia faz tempo e de súbito começo a falar de Dostoiévsky, é que sou muito fã dele mesmo, não sou nenhum estudioso ou critico de literatura, mas acho que os assuntos que ele aborda são de extrema importância, pelo menos para mim, acho me torno cada vez mais humano quando leio sua literatura.
As vezes estou cansado de tudo e não quero fazer nada, mas as vezes estou bem. Não gostaria de fazer desse blog um diário intimo, não seria conveniente, gostaria apenas de usá-lo como forma de expressar o que me vem na cabeça, sem que para isso eu tenha que me comprometer com nada... mas o que estou dizendo, tudo o que você escreve e coloca o seu nome lá, você já esta sendo comprometido.
Acho que vou ficando por aqui, não quero me estender muito nesse assunto supérfluo que acabo de escrever, mas agradeço os que tiveram paciência para ler.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET




Na verdade tenho ouvido falar muito de propósito esses dias, tenho ouvido falar que cada um de nós tem que ter o seu propósito na vida, eu ouvi isso em um filme de Martin Scorsese  chamado A invenção de Hugo Cabret, ele diz que enxerga o mundo e todas as coisas que estão nele como uma grande maquina, e que toda maquina é criada para um propósito, ele diz que quando uma maquina não cumpri com seu propósito é porque a maquina está quebrada. Na realidade isso é uma bela analogia para dizer para nós seres humanos que todos nós nascemos com um  propósito e que quando não estamos nesse propósito é porque estamos em mal funcionamento. Essa foi uma das partes que me chamaram a atenção no filme de Scorsese, é a grande filosofia do filme.
No que tange a produção do filme em si, é de uma beleza fenomenal, é um filme terno, sensível, um filme que captura sonhos como diz o próprio Meliés personagem do filme, eu me imagino assistindo esse filme quando tinha meus dez anos de idade, seria uma coisa parecida quando assisti Minha Vida de Cachorro de Lasse Hallström. Eu com certeza teria uma identificação com o personagem Hugo Cabret, assim como tive do personagem mirim de Minha Vida de Cachorro, não que eu tivesse passando pela mesma situação, mas é que quando crianças nos comovemos e sonhamos junto com o filme que trata do mundo de uma criança.  

sábado, 25 de fevereiro de 2012

OS MAIS DISCRIMINADOS SÃO OS POBRES


Na realidade não sei o que se passa na cidade, estou completamente desinformado do que anda acontecendo, mas não é de se admirar, não sou um cara muito interessado em eventos sociais ou coisa parecida, ultimamente tenho ficado mais em casa. Mas acho que não era disso que eu queria falar, gostaria por certo de escrever sobre algo de útil, algo interessante, mas algo que eu mesmo tenha formulado e não apenas copiado e colado, gostaria de escrever sobre a... Não sei o que escrever aqui, sobre mim não vale mais, pois é o meu tema favorito, talvez tenha alguma opinião em relação a condição homoafetiva, que nos dias de hoje continua a ser um tema polemico, e a condição homoafetiva existe desde que o mundo é mundo e colocaram gente em cima dele, creio que nossa cultura ainda hoje, apesar de todas as leis para proteger o cidadão ou cidadã homoafetivo, apesar da divulgação da mídia ser positiva em relação a questão da aceitação social dos seres humanos que tem preferência sexual diferente da tradicional heterossexualidade, ainda vai levar muito tempo para que realmente acabem as diferenças de prestigio social entre os seres humanos que gostam do mesmo sexo e dos que gostam do sexo oposto.
Talvez isso nunca aconteça, ou aconteça aos poucos no decorrer dos séculos, assim como vem acontecendo com os negros em toda parte do mundo, onde antes eram tratados como seres inferiores e dignos de escravidão, hoje eles tem o seu direito garantido pela constituição, o que não evita o preconceito e a aversão a sua cor ou etnia por parte de pessoas que não conseguem assimilar as diferenças, isso pode-se falar também no campo religioso, onde a descriminação talvez seja mais acirrada ainda, pois são maiorias que se enfrentam, uma se julgando melhor do que a outra. Nesse texto sobre preconceito não poderia deixar de falar dos pobres que talvez seja a condição menos favorecida com os beneficios da lei e que sofre também infindáveis níveis de descriminação, os pobres são descriminados tanto pelos gays, como pelos heteros, com pelos negros, como pelo clero, como pela sociedade em geral, basta que o cidadão ganhe um pouco mais de dinheiro que ele e possa comprar alguma coisinha material, que ele começa a evitar os pobres, ninguém gosta de pobre, só Jesus Cristo era apaixonado por eles, aqui e acolá aparece um cidadão que tenta dar auxilio ao povo pobre, mas é só. Poucas são as pessoas que tem amigos mendigos, a não ser o próprios mendigos, e olhe que existe mendigos, gays, negros, brancos, religiosos, mas nenhum deles tem o apoio de seus semelhantes seja na preferência sexual, seja na etnia, seja na crença, estão como que separados da sociedade por uma fronteira feita de fatores financeiros, nem os bandidos gostam de mendigos, por causa do dinheiro que eles tem, não estou dizendo que todas as pessoas tem aversão a mendigos, eu por exemplo gosto de conversar com eles de vez em quando, são as pessoas mais receptivas, e entre uma esmola e outra, você pode fazer uma pergunta, saber como ele faz para sobreviver nesse mundo sem emprego e sem ninguém por ele, sem assistência médica ou odontológica, certa vez apareceu um rapaz travesti, mas vestido humildemente, vendendo umas mangas que ele pegou na mangueira do campus da UFC - Universidade Federal do Ceará - e ele acabou ficando assíduo aqui em casa pedindo alguma coisa ou outra, certo dia ele apareceu com uma dor de dentes, com muita dor mesmo, e o que ele podia fazer, nada, só esperar a dor passar, pois para se conseguir um atendimento gratuito com um dentista aqui no brasil, você tem que esperar semanas em uma fila, para conseguir um atendimento meia boca.
Concluímos então que vivemos em um país de diferenças das mais variadas mas que necessariamente não temos uma harmonia tão grande, há conflitos em todos os setores da sociedade, sempre alguem vai estar vilipendiando alguem, sempre as pessoas vão se sentir melhores do que as outras e por isso com mais direitos do que as outras.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

UM DIA CHUVOSO



Hoje acordei cedo no intuito de continuar minha leitura do O HOMEM REVOLTADO de Albert Camus, é uma leitura instigante, mas hoje pela manhã não estava com muita disposição para lê-lo, parecia que minha vista estava embaçada, fui ao banheiro lavei o rosto, mas continuei com a vista turva. Talvez por estar acordando naquele momento, meu cérebro não devia estar totalmente ativo, o fato é que não consegui me concentrar na leitura e deixei o livro em cima da mesa.

O dia amanheceu nublado, chovendo para ser mais exato, o clima estava frio e a luz demorou a sair, como não consegui ler mesmo tomando uma xícara de café para despertar os sentidos, resolvi ligar o computador e ver como poderia me divertir nessa manhã. Dei uma olhada no meu blog e verifiquei a contagem de visitas, estava em 260, acho um bom numero, e ás vezes me pergunto se ao menos uma pessoa destas que visitaram meu blog pararam para ler alguma coisa que escrevi. Não sou um bom escritor, meus temas são extremamente limitados, falo muito de mim mesmo como agora, falo sobre o que está ao meu redor, geralmente o que escrevo brota de dentro de mim; quando me sento na frente do computador, muitas vezes não faço a menor ideia do que vou escrever, sai muita besteira, e muita coisa que não interessa a ninguém além de mim, mas que mesmo assim eu publico no meu blog, pois acredito que possa existir no mundo uma pessoa que se identifique com o que escrevo, e um dia possa comentar alguma coisa. Ainda falta muito para me tornar um bom escritor, mas como li na nota do tradutor da Ética a Nicômaco de Aristóteles, è melhor fazer mal feito do que não fazer nada.

O mundo sempre foi muito competitivo, a vida é um jogo dizem alguns, a vida é um vale de lagrimas dizem outros, e ainda há aqueles que dizem que a vida é uma festa, cada pessoa encara a vida ao seu modo, eu acho que a vida é uma força independente dos seres vivos, é uma coisa que está acima dos nossos valores morais e que passa por cima de tudo para continuar seu caminho. Ás vezes nós dizemos que temos uma vida no sentido de estar no controle desta vida, mas na realidade é a vida que nos têm, e se a vida é um jogo, com certeza você não é um jogador da vida como em uma partida de futebol; tomando-se a vida como um jogo, cada um de nós seria como uma peça em um grande quebra cabeça, não somos nós que estamos no comando das ações do jogo, mas sim a própria vida que joga conosco, como se fossemos peças em um tabuleiro de xadrez. Quando tentamos sair do domínio da vida e tomar a rédea da vida que há em nós, essa vida que nos anima usa de todos os meios para nos dizer que não adianta lutar, ela sempre estará no comando.

Não sei por que comecei a falar da vida, mas é bem isso mesmo “deixe a vida me levar, vida leva eu.” como diz Zeca Pagodinho, “Se eu não posso te levar, espero que você me leve.” Como diz o eterno poeta Cazuza, essa é a minha compreensão da vida, não sei se é a certa, me parece óbvia, mas eu posso estar errado, como estou errado em muitas coisas que acredito serem verdadeiras, nunca se pode ter 100% de certeza da nada, talvez só da morte, mas só vamos ter essa certeza quando morrermos, pode acontecer de você ser o único ser humano que por algum motivo não morre e ai já não se pode ter certeza de nada, nem que 2+2=4 pois há quem diga que 2+2=5, dizem que tudo é uma questão de perspectiva, não há verdades absolutas dizia Nietzsche, pelo menos é o que ouvi falar que ele disse, pode ser uma mentira, e por que não preferir a mentira? Pergunta ele. Não sei, achamos que a verdade satisfaz mais os nossos anseios, que a verdade liberta, mas há muito tempo as melhores mentes têm buscado a verdade e ela se apresenta de variadas maneiras, há muito tempo se perguntam os homens se Deus existe ou não existe, e eles não têm como provar nem uma coisa nem outra. E como se daria a morte de Deus? Teria que ser na mente dos homens e no caso ele morreria só para os homens. O homem criou Deus? Acredita-se que em determinado momento da evolução humana o homem para explicar a si mesmo fenômenos naturais, como o raio, o trovão, um tsunami talvez, julgou que essas forças da natureza eram obras de um deus, se a explicação é essa para que o homem acredite ter criado Deus, então é uma explicação muito passível de ser refutada, pois ainda há fenômenos naturais sem explicação cientifica, perguntas mais antigas que a ciência sobre o homem, o mundo, a matéria, a vida, o infinito, que nos faz necessário recorrer a um Deus criador para que não fiquemos apenas na interrogação, em um eterno e angustiante NÃO SEI, (Não sei por que estou aqui, não sei como vai ser amanhã, não sei como vou me sustentar, não sei por que estou vivo, não sei se vale a pena viver, não sei como vou pagar o aluguel, não sei como vou passar na prova, etc..) sobre Fenômenos naturais sem explicação que a ciência perscruta e quanto mais adentra no assunto mais inexplicável o assunto se torna, como é o caso da física quântica, nunca chegam a uma resposta positiva que dê fim ao mistério da existência das coisas, então muitos cientistas, principalmente físicos quânticos, começam a suspeitar que talvez exista um criador, um Deus.

Certas inteligências, talvez por serem muito inteligentes não conseguem conceber uma coisa que esta além da inteligência deles, que está além da compreensão deles, pois estão muito ligados a um ponto de vista antropocêntrico. Eu concordo com Nietzsche quando ele fala que a ordem que vemos nesse mundo é uma ordem porque são nossas mentes que organizam a realidade para que possamos apreciá-la de forma lógica, pois a lógica é humana, mas discordo dele porque se a lógica humana não estivesse aqui para sistematizar o mundo e sua realidade, esse mesmo mundo não poderia ser apreciado por uma “lógica” não humana? De certa forma Nietzsche quer dizer que o homem é a medida de todas as coisas, por isso Deus estaria morto, mas eu me pergunto, se por acaso houvesse uma guerra nuclear e raça humana perecesse e restassem só insetos como baratas e escorpiões, ele poderia afirmar que a terra deixaria de existir ou que as leis da gravidade sumiriam, só porque não teria um ser humano como observador.

Que a terra em si não existiria, mas sim só os seus fenômenos, que para serem fenômenos precisam de um sujeito que abstraia os mesmos. Fenomenologistas não acreditam na coisa em si, mas só em fenômenos, entendo eu quando eles dizem coisa em si, eles estejam dizendo a coisa como uma monada, uma unidade do objeto por trás de sua aparência, onde os seus atributos como dureza, cor, forma, massa, seriam os fenômenos que comporiam a coisa, mas que suprimindo esses quatro atributos do objeto não sobraria nada, concordo com eles que um objeto além de seus fenômenos não esconda uma essência, mas o que quero dizer é que para uma coisa ser um fenômeno (aparecer) tem que ser um fenômeno para alguém, e se as coisas são só os seus fenômenos, se por acaso não existisse nenhum observador ou ele deixaria de existir ou não poderia ser mas chamado de fenômeno, pois não estaria aparecendo para ninguém, que ele não seria mais um fenômeno disso eu não duvido, mas que sua existência seria suprimida por não ter um observador, nisso eu não acredito.

Para mim está claro o homem não é a medida de todas as coisas, ele apenas não entende que existem parâmetros e leis na natureza, na vida, no universo que estão para além da nossa compreensão, para além dos nossos valores morais ou da falta deles, é como se fosse outra linguagem usada, pode se dizer que em nós essa linguagem é a dos instintos, o que eu também não posso deixar de concordar com Nietzsche quando ele diz que tudo no homem é instinto, até a sua razão, sua consciência, que segundo ele essas duas características do ser humano surgiram quando o homem começou a reprimir seus instintos gerando consciência e razão.

Eu ainda sou da opinião de que Deus existe, parece que na bíblia tem um trecho que fala que mesmo que na face da terra morressem todos os homens e não tivesse ninguém para louvar a Deus, a pedras cantariam hinos de louvor, ou seja, as pedras ganhariam vida.

Eu acho que Deus nos criou por causa da solidão, Deus era muito sozinho e não tinha com quem compartilhar todo o seu amor, e hoje ele tenta nos conquistar a todo custo através do amor.