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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Casal Liberal


Acordo pela manhã e na cama ao meu lado, vejo uma bela mulher, que não é a minha, deitada de costas para mim, sinto-me feliz por isso, levanto antes de todos vendo o sol entrar pelas janelas de vidro da nossa casa de praia que nos proporciona uma linda visão do mar, nossa casa é grande e tem vários quartos, gosto da nossa casa de praia, as crianças ficaram na casa dos avós, sou casado com uma mulher de fazer inveja a muita gente, eu gosto de usá-la nos bacanais, sinto enorme prazer em ver minha mulher me traindo, digo traindo mas sem razão nem remorso pois é tudo consentido, gosto de vê-la sentir prazer e gosto de me humilhar, de ser chamado de corno do pinto pequeno, estranho não? Gosto disso e não sei explicar porque, enquanto isso ela trepa com vários machos na minha frente, eu me masturbo freneticamente até gozar. Somos ricos e não temos religião, apenas cultivamos uma espiritualidade baseada no amor mútuo, nós nos bastamos, nunca brigamos, quando por acaso ela se irrita comigo ela pega o carro sai e volta uma semana depois, bronzeada e mais bonita do que nunca, eu aproveito esse tempo que ela passa fora para escrever algo, ler alguma coisa que me interesse, levar as crianças no parque, no shopping, gosto de ver meus filhos felizes, gosto quando chego em casa e eles correm para mim gritando papai, sinto-me realmente o homem mais rico do mundo com essas crianças.
Minha mulher é uma morena da pele bem clarinha, gosta muito de academia, mantêm o corpo sempre atraente para os seus amantes, e para mim também ora bolas, por que não haveria de ser para mim, ela me ama. Quando a conheci ela já tinha posses, era de uma família muito rica do sul do Brasil, por isso ela não podia casar comigo por interesse financeiro, pois eu tinha menos grana do que ela na época, hoje aos trinta anos ela é uma mulher curvilínea com coxas bem torneadas e um bumbum bem trabalhado, gostosa mesmo, tem uma tatuagem que pega metade de seu corpo, um dragão chinês muito bonito e em seu corpo então, quando está de biquine, chama muito a atenção. Sito-me muito bem com tudo isso, não tenho ciúmes, não sou desses que acha que a mulher que vive com ele é de sua propriedade, quero que ela seja livre, no dia em que ela quiser ir embora não terei dificuldades em partir para outra, para mim mulher é tudo igual, é só saber ensinar; no entanto tem que ser bonita e ter cérebro, só quero que ela não leve meus filhos para longe de mim. Eu dou aula de filosofia na Universidade Federal do Ceará, ainda sou jovem com meus quarenta e dois anos, não tenho vícios, faço tudo com moderação, fumo um baseadosinho aqui e acolá, e gosto de um bom vinho, mas sempre acompanhado de uma boa refeição ou de um papo legal e divertido, gosto de andar de bicicleta, pedalo uns 50Km por dia e pratico natação pela tarde, estou satisfeito com o meu corpo, meu pênis também não é tão pequeno, acredito que ela usa isso mais como força de expressão para tornar a situação mais humilhante para mim, meu pênis mede 14cm ereto e 5cm flácido, mas não sei por que me demorar nesses pormenores, o importante é que na hora da ação ele está sempre disposto a brincar seja com quem for, sou branco dos cabelos negros, lisos e curtos, dentes brancos, mas não me julgue pelos dentes como se eu fosse um cavalo, tenho três livros publicados, “Violência o avesso do amor”, “Violência o sal do amor”,” O Conceito de Violência”, são três livros que se complementam e que foram muito bem aceitos pelo publico, todo mundo gosta de um pouco de violência. Eu não sou um cara violento, nunca cheguei a brigar na minha vida, mas tenho fascinação por violência, a forma como ela chega à vida das pessoas e invade, destrói, despedaça, transgride, rompe, desnorteia, mata, aleija; a violência é uma força que vai contra alguma coisa, às vezes sem razão e sem direção, nem sempre a violência produz o mal, muitas vezes ela salva vidas, ela impede um mal, muitas vezes ela da sentido a nossas vidas, posso parecer louco, mas às vezes é a violência de um choque elétrico que trás o cardíaco de volta a vida, há milhares de pessoas no mundo que sentem prazer em serem tratadas com violência, claro que uma violência dentro de certos limites e certas regras, mas que não deixa de ser violência.
Não sei o que queria dizer quando comecei esse texto, talvez quisesse só bater um papo comigo mesmo, comecei por falar das festinhas que eu e minha mulher participamos e como isso é natural para mim, a verdade é que amo minha mulher, e outra verdade é que menti quando disse que tinha filhos, não os tenho, mas me pareceu espirituoso colocar aqui, minha esposa, esta sim é muito bonita, mas é pobre, conheci ela fazendo programa em uma boate, lhe propus casamento, disse que daria de tudo a ela e uma casa, ela aceitou, também menti quando disse que era um atleta, tenho 42 anos sim, mas com uma protuberante barriga, fumo dois maços de cigarro por dia, sou alcoólatra, e disse que fumava maconha só para parecer descolado, sou um desocupado, e é verdade que ela me trai sim com uns garotões mal encarados que ela arranja por ai, mais de uma vez ela trouxe essa gente pra cá e eles me assaltam dentro de minha casa, ela fica rindo e diz que é para mim deixar de ser besta, tenho vontade de espancá-la, mas o cafetão dela disse que se acontecer algo ao rostinho bonito dela ele abriria minha barriga em duas, tenho medo, e hoje toda vez que vou transar com ela tenho que pagar pelo sexo, já tentei transar com outras garotas de programa, mas meu pênis não levanta, ela é a única que consegue fazer levantar. Não sei o que tinha na cabeça quando resolvi casar com essa mulher, passei uma casa que tinha para o seu nome e agora ela transformou num cabaré, tem vez que ela não quer deixar eu entrar, e só depois que o macho que tá com ela sai ela permite que eu entre, mas ainda sou apaixonado por ela, ela é uma beleza e quanto mais ela me trata mal, mais apaixonado eu fico.   

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