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quarta-feira, 21 de março de 2012

Ler é muito bom principalmente se for Dostoiévsky.



Estou em casa e não tenho vontade de sair, o mundo lá fora parece-me sem atrativos, não há espaço para mim lá fora. Aqui dentro de meu quarto tenho acesso a quase tudo o que preciso, sou um solitário circunstancial, me apego a esse computador como se fosse minha porta de entrada para o mundo, o mundo que não tenho acesso na realidade, pois a realidade sempre me parece plastificada, como se estivesse envolvida naqueles plásticos que envolvem alimentos e não tenho forças ou vontade de rasgar esse plastico. Estou lendo um livro chamado O Duplo do Dostoiévsky, sou fá desse autor, ele consegue nos envolver com os problemas e dissabores dos personagens e faz uma critica cruel a chamada alta sociedade, a sociedade dos homens de ação, aqueles homens que estão por cima da carne seca e que olham os outros que não fazem parte de sua classe com desprezo e desdém, olham a miséria do povo como se não tivessem nada a ver com isso, e se enclausuram em seus castelos de cristal para experimentar só o que é belo e sublime.
Acho que Dostoiévsky voltou seu olhar para essas pessoas que são proscritas da sociedade e que tentam com toda a dignidade ou não manter-se vivos em um mundo hostil, em que são submetidos a todo tipo de provas e intempéries que levam o homem a muitas vezes não suportar toda a tensão psicológica que cai sobre si.
Não sei se estou fazendo um retrato direito de Dostoiévsky e sua literatura, mas o que pude entender é que ele mostra o homem em vários aspectos psicológicos, o que quero dizer com isso? Que ele faz um retrato de determinado tipo de pessoa e coloca nesse retrato alguma peculiaridade, algum vicio, alguma doença, alguma fraqueza, e descreve os comportamentos dos personagens em seus mínimos detalhes, todos os pensamentos ignóbeis, suas atitudes ignóbeis, ou suas atitudes virtuosas e dignas de louvor mas que não são compreendidas pelas pessoas ao redor. Ele escreve muito bem, pelo menos Paulo Bezerra e os tradutores da editora 34 escrevem muito bem, não tenho como comparar com o original, mas a essência fica toda preservada nas traduções.
Mas o que é que estou fazendo comecei falar de mim, coisa que não fazia faz tempo e de súbito começo a falar de Dostoiévsky, é que sou muito fã dele mesmo, não sou nenhum estudioso ou critico de literatura, mas acho que os assuntos que ele aborda são de extrema importância, pelo menos para mim, acho me torno cada vez mais humano quando leio sua literatura.
As vezes estou cansado de tudo e não quero fazer nada, mas as vezes estou bem. Não gostaria de fazer desse blog um diário intimo, não seria conveniente, gostaria apenas de usá-lo como forma de expressar o que me vem na cabeça, sem que para isso eu tenha que me comprometer com nada... mas o que estou dizendo, tudo o que você escreve e coloca o seu nome lá, você já esta sendo comprometido.
Acho que vou ficando por aqui, não quero me estender muito nesse assunto supérfluo que acabo de escrever, mas agradeço os que tiveram paciência para ler.

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