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domingo, 8 de abril de 2012

REALIDADE


Viver no mundo sem saber de muita coisa, é o que a grande maioria das pessoas fazem, e é o que eu faço no momento, não entendo a semana santa, sou um poço de desinformação, não entendo a política deste país, não entendo as pessoas, não entendo as regras do português, não entendo porque estou desempregado, tenho um segundo grau terminado nas “coxas”, já entrei duas vezes na universidade, mas não conclui nenhum curso, não me senti obrigado nem persuadido a seguir naqueles cursos, talvez fossem coisas que eu não gostasse de fazer, mas do que é que eu gosto? Sou um poço de desinformação, essa vida depois de um tempo passou a ser um enigma para mim, no começo da vida eu até que conseguia me articular bem em meio à realidade do mundo, nada parecia absurdo, tudo parecia extraordinário, eu estava completamente inserido em um ambiente que não me era estranho, agora, entretanto, vivo meio que desconectado do mundo, eu não funciono mais como um animal social que era, não consigo aceitar essa cultura, as pessoas, essa realidade... Não sei, o que dizer dela? Não consigo passar sem uma ficção, sem uma mascara que me proteja a face, tenho vergonha de mim mesmo e não sei o porquê. Bem isso está se tornando uma confissão, mas é isso mesmo, eu só posso falar de mim, quantos que estão por ai que pensam como eu? Alguns talvez.
Na verdade eu queria falar da realidade, mas ainda não a senti, nunca tive que lavar um banheiro para conseguir o meu próprio sustento, isso eu chamo de realidade. Essa em que vivo, aqui trancado no meu quarto com café à vontade, comida, roupa lavada e cigarros, também é uma realidade e às vezes é dura, apesar de não parecer, no fim das contas só posso falar da minha realidade. Creio que a realidade é só um nome para o conjunto de experiências vivenciadas por cada sujeito, cada sujeito tem sua realidade, não se pode dizer que a realidade do cara que limpa privadas seja pior do que a do endinheirado que sofre de depressão e não consegue ser feliz, às vezes o limpador de privadas depois que termina seu serviço, se encontra com seus amigos, também trabalhadores assalariados e tomam uma cachaça sentindo-se alegres o suficiente para cantar e dizer que a vida vale apena ser vivida, e muitas vezes ele tem uma ou duas namoradas que o torna o homem mais rico do mundo. Essa é só uma realidade. Há varias outras realidades, cada um com a sua, e para alguns a realidade se torna árida, seja ele rico ou pobre, ambos podem ser infelizes e não gostar da vida. Mas essa questão de ter dinheiro ou não, nunca é a principal coisa que determina se uma realidade é boa ou não.  



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